Febre é doença?
A febre, por si só, não é uma doença! No entanto trata-se de uma manifestação do organismo, no combate às infeções e por esse motivo considerada benéfica.
O que é considerado febre?
Considera-se febre a uma subida de pelo menos 1ºC acima da média da temperatura basal diária individual, em função do local de medição. Na ausência do conhecimento da temperatura basal individual, considera-se febre perante os seguintes valores medidos de temperatura:
- Retal ≥ 38ºC
- Axilar ≥ 37,6ºC
- Timpânica ≥ 37,8ºC
- Oral ≥ 37,6ºC
Quando considerar a febre grave?
Quando está associada a “sinais de alerta” e com manifestações clínicas. A presença destes sinais, o estado geral da criança e/ou ter menos de 3 meses de vida, são mais importantes do que os graus da temperatura e/ou a duração da febre.
Quais são os “sinais de alerta”?
Numa criança com febre há sinais a que devemos estar alerta, nomeadamente:
- Sonolência excessiva ou incapacidade em adormecer;
- Expressão da face/olhar de sofrimento;
- Irritabilidade e/ou gemido mantido;
- Choro inconsolável;
- Não tolerar o colo;
- Dor perturbadora;
- Convulsão;
- Aparecimento de manchas na pele nas primeiras 24 a 48 horas de febre;
- Respiração rápida com cansaço;
- Vómitos repetidos entre as refeições;
- Recusa alimentar completa superior a 12 horas (principalmente em crianças com menos de 1 ano de idade);
- Sede incansável;
- Lábios ou unhas roxas e/ou tremores intensos e prolongados na subida de temperatura;
- Dificuldade em mobilizar um membro ou alteração da marcha;
- Urina turva e/ou com mau cheiro;
- Febre com duração superior a 5 dias completos.
Na presença de um ou mais destes sinais de alerta, a criança deve recorrer a um serviço de saúde.
Quando se deve recorrer a um serviço de saúde por febre?
- Crianças com menos de 3 meses de idade
- Crianças com menos de 6 meses que apresentem temperaturas iguais ou superiores a 40ºC.
- Temperaturas axilares superiores a 40ºC ou retais superiores a 41ºC
- Presença de um ou mais “sinais de alerta”
- Portador de doença crónica grave
- Presença de febre há 5 ou mais dias, ou em caso de reaparecimento de febre após 2-3 dias de temperaturas normais.
O que fazer para ajudar no controlo da febre?
- Oferecer água e/ou leite; adequar o vestuário e a roupa de cama à sensação de frio ou de calor; respeitar o apetite;
- Se está confortável não é preciso baixar a temperatura, mas sim vigiar se surgem os “sinais de alerta”;
- Se está desconfortável, deve tomar um antipirético, mas não se deve fazer arrefecimento através de banho, compressas ou ventoinhas para baixar a temperatura.
Como administrar o antipirético?
O paracetamol deve ser tomado de acordo com a posologia prescrita pelo médico ou de acordo com a informação descrita no folheto informativo que acompanha o medicamento. Deve ser respeitado o intervalo mínimo entre tomas de 4 horas.
No caso de haver alergia ao paracetamol poderá ser administrado o ibuprofeno. No entanto esse medicamento (ibuprofeno) não deve ser dado em situações que a criança tenha menos de 6 meses; em situações de varicela; nos casos de diarreia e vómitos moderados a graves; se a criança tiver uma alergia a qualquer medicamento anti-inflamatório.
Apesar da ideia habitual, não há necessidade de utilizar dois antipiréticos alternadamente, devendo considerar-se que o antipirético é eficaz se baixar a temperatura de 1º a 1,5ºC, dentro de 2 a 3 horas.
O objetivo do antipirético é aliviar o desconforto da criança e não eliminar a febre a todo o custo. Mesmo não medicada, a temperatura acabará, em regra, por baixar espontaneamente algumas horas depois. Mas voltará a subir ao fim de poucas horas, e assim sucessivamente, até a doença passar.
Fonte: DGS (Folheto informativo para pais e cuidadores)
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